“Ler e escrever
é sobreviver”
Tamar Rabelo, 1º Encontro de Formação
“Algo a dizer a alguém.
Não nasce do nada.
Estabelece relação onde está inserido.”
Então...
Ler não é condição para escrever.
Ler é munição para sobreviver.
Sobreviver é escrever também.
Ler é vontade de entender o mundo.
Escrever é a vontade de transformar o mundo.
Não é possível idealizar o mundo sem saber o que existe nele
ESCREVER é...
desejo dos outros se reproduzirem em nós.
Desejo de nos reproduzirmos, nos multiplicarmos.
Desejo de nos imortalizarmos através de nossas palavras.
Desejo de expressar todo o conhecimento adquirido através de leituras, pessoas, família e vivência em sociedade
www.sjose.com.br/download/leila_pryjma/o_que_eh redacao
O desejo de multiplicarmos nossos conhecimentos e experiências, de transformar a vida dos nossos alunos e estabelecer relações afetivas e efetivas de ensino/ aprendizagem nos impulsiona para a realização de cada oficina do Gestar II. Elas têm sido espaços de aprendizagem e reflexão dos acertos e enganos que envolvem a língua portuguesa.
Encerramos a 1ª Etapa do nosso cronograma de oficinas do Gestar II e realizamos as oficinas 09 e 10 da TP 5 – Estilo, coerência e coesão no dia 12/09/09, no período da manhã e da tarde.
O professor Kleber, formador de matemática, conduziu a mensagem do dia com ações e palavras motivadoras. Foi um momento de interação e descontração com os cursistas de matemática.
Depois, dividimos as turmas e iniciamos nossas atividades com os relatos dos “Avançando na prática” das TPS 3 e 4. Nos relatos da TP 3 sobre gêneros textuais relembramos que o nosso desempenho lingüístico se dá por textos. O texto como atuação social e o texto como organização de informações, o que nos possibilita classificá-lo quanto ao gênero.
Vários professores realizaram o mesmo avançando na prática da pg. 25 sobre biografia. O desenvolvimento foi satisfatório e alguns professores perceberam que muitos alunos não sabiam diferenciar biografia de bibliografia, surgindo à necessidade de trabalhar as diferenças entre esses gêneros. Além disso, a discussão sobre o tema trabalho foi proveitosa, já que possibilitou a exposição de idéias e reflexões sobre o que é trabalho e sua valorização na sociedade. O que podemos perceber é que os problemas de escrita foram praticamente os mesmos. Os alunos apresentaram dificuldades na produção da biografia em 3ª pessoa e na ordenação de parágrafos. É importante informar o quanto os professores gostaram da metodologia do material do Gestar e de como ele proporciona a aprendizagem significativa, pois no final da atividade o objetivo foi alcançado. A nossa discussão deu abertura para envolver conhecimentos e diferentes estratégias de aplicação das atividades.
Já nos relatos da TP 4 sobre leitura e processos de escrita 1 fizemos algumas considerações sobre o letramento, uso social da linguagem como base para todo ensino a partir de textos. A discussão sobre o desenvolvimento da leitura em sala de aula oportunizou a contemplação de dois avançando na prática por dois cursistas, o que resultou na troca de experiências, sugestões e comentários a respeito das atividades. Os professores expuseram a dificuldade de desenvolver a prática de leitura por causa da resistência de alguns alunos ao ato de ler. Foi sugerido que os professores fizessem uma sondagem para descobrir a causa dessa resistência. A leitura deve ser um ato de prazer e não de obrigação associada à pressão e punição. Talvez esse aluno precise elevar sua auto-estima, tenha problemas de dicção, vergonha ou já vivenciou alguma situação constrangedora em sala de aula em atividades de prática de leitura. Dessa forma, o professor deve criar um ambiente de respeito e valorização pessoal para que esses alunos adquiram confiança, segurança e acolhimento na escola.
Apesar de todo estimulo aos relatos de experiência a fim de discutirmos acertos e enganos percebemos que alguns professores não conseguem expor seus reais problemas de sala de aula. Esclarecemos que o conhecimento é construído no diálogo e na argumentação de diferentes pontos de vista e, portanto não há motivo para insegurança ou medo de expô-los.
O estudo da Tp 5 possibilitou a reflexão e a discussão dos processos que envolvem as relações lógicas dos textos orais e escritos, noções de estilo e estratégias de construção de sentidos na leitura e produção de textos. A compreensão sobre coerência e coesão textual foi realizada na prática com as oficinas 9 e 10 da TP5 e com a dinâmica dos objetos soltos, adaptação da dinâmica das palavras soltas. Foi uma atividade muito divertida e significativa porque os professores perceberam como é difícil para o aluno desenvolver a sequencialização dos elementos lingüísticos num texto oral. Os próprios professores sentiram essa dificuldade.
O dia estava muito quente, mas conseguimos realizar nossa oficina com alegria e entusiasmo. Finalizamos com a avaliação das nossas atividades e com a leitura do texto de Rubem Alves “Gaiolas e asas”. Tenho a sensação de que todos se perguntaram se ensinam com ferramentas e brinquedos. Ferramentas permitem voar pelos caminhos da alma e brinquedos permitem voar pelos caminhos da alma. Sei que a reflexão desse texto e imprescindível.
Abraços,
Florência Vieira.